O arcebispo Visvaldas Kulbokas, representante da Santa Sé em Kiev, esteve reunido com o Papa Leão XIV na manhã de sexta-feira, 6 de junho, no Palácio Apostólico do Vaticano. Esse foi o primeiro encontro oficial entre o núncio apostólico e o novo pontífice. Durante a audiência, Kulbokas compartilhou as dificuldades enfrentadas pela população ucraniana em meio aos recentes bombardeios em cidades como Kiev, Ternopil, Lutsk e Kherson. O arcebispo ressaltou o caráter espiritual da reunião, marcada pela oração, considerada por ambos como “a arma mais poderosa” diante da guerra. 5z281z
No diálogo, o núncio apresentou ao Papa relatos da população civil e dos militares, destacando as condições precárias em que vivem, a exemplo da falta de noites sem ataques em Kiev e da destruição constante em Kherson, onde há quatro anos quase não se tem dez minutos de silêncio. Ele também citou os impactos do conflito na vida cotidiana: supermercados, bancos, repartições públicas e escolas interrompem suas atividades durante os bombardeios. Segundo Kulbokas, cerca de 140 escolas subterrâneas estão sendo construídas para proteger os estudantes, e grupos como a associação “Anjos da Alegria” têm levado alento às crianças.
Na linha de frente do combate, Kulbokas relatou que muitos soldados, à beira da morte, pedem perdão pelos pecados e acolhimento espiritual, mais do que cuidados médicos. O arcebispo afirmou que a atuação dos capelães militares e religiosos tem sido essencial tanto espiritualmente quanto psicologicamente, sendo reconhecida inclusive por profissionais da saúde mental. Os religiosos oferecem orações, consagrações ao Imaculado Coração de Maria e distribuem terços, promovendo conforto e esperança entre os combatentes.
Kulbokas ressaltou a presença de humanidade mesmo nos cenários mais difíceis. Relatou ter ouvido de militares o desejo de ajudar os companheiros feridos com recursos próprios e percebeu um forte senso de compaixão e solidariedade entre os soldados. Ele afirmou que, em um contexto onde o direito internacional não é suficientemente respeitado, a única esperança real é a fé e a inspiração em Cristo. O núncio reforçou a necessidade de rezar pelo Papa e pela Igreja, especialmente após os contatos recentes do Santo Padre com os presidentes da Ucrânia e da Rússia, que demonstram a relevância do papel diplomático e pastoral da Igreja neste momento.
Por Eduardo Souza
Com informações: Vaticano News
Foto: Vatican Media
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